Adeus à voz do Brasil

Nascido em Taubaté, no interior de São Paulo, em 29 de setembro de 1927, Cid Moreira começou sua carreira jornalística como locutor da Rádio Difusora de Taubaté em 1944. Na década de 1950, ele teve suas primeiras experiências na televisão, apresentando comerciais ao vivo na TV Rio. Anos depois, em 1969, foi escolhido para assumir a bancada do ‘Jornal Nacional’ como o primeiro apresentador do primeiro telejornal transmitido em rede nacional no Brasil. Sua estreia foi ao lado de Hilton Gomes, com quem dividiu a bancada por dois anos,até o início da sua famosa parceria com Sérgio Chapelin.

Durante 26 anos, Cid foi a principal voz do JN e narrou momentos marcantes da história do Brasil e do mundo, como a chegada do homem à lua e o fim da ditadura militar. Dono de uma voz marcante e inconfundível, o apresentador esteve na bancada do telejornal repetindo o seu icônico ‘boa noite’ por cerca de 8 mil vezes, segundo o Memória Globo, e por mais de 27 anos.

O apresentador deixou sua marca em reportagens especiais no ‘Fantástico’ e até narrou o quadro do ilusionista ‘Mr. M’, um dos grandes sucessos de 1999. Depois disso, ele se aventurou em outras áreas da comunicação, fazendo comerciais, dublando filmes e gravando os famosos CDs da ‘Bíblia Sagrada’, que vendeu mais de 30 milhões de cópias. Nos últimos anos, Cid esteve afastado da televisão brasileira, fazendo algumas participações pontuais na TV Globo.

O jornalista faleceu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos de idade. Conhecido por ser uma das vozes mais reconhecidas da televisão brasileira, ele estava internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, desde o início do mês de setembro. Segundo o hospital, a causa da morte foi “insuficiência renal crônica agudizada, distúrbio eletrolítico e falência múltipla de órgãos”.

O trabalho de Cid Moreira impactou gerações e contribuiu para a construção do jornalismo televisivo que conhecemos hoje. Com o seu falecimento, o Brasil perdeu uma voz única, mas o seu legado seguirá vivo na história da televisão do país e na memória de milhões de brasileiros.